Uma psicóloga industrial chamada Franziska Baumgarten, em uma de suas obras no ano de 1941, “Aconselhamento em Conflitos de Vida”, descreveu a gratidão como sendo um sentimento reativo, que exige uma reação. Considerada como um processo, a principal característica da gratidão se dá por dois papéis fundamentais: o do benfeitor e o do beneficiário. Após uma prestação de apoio ou favor concedido pelo benfeitor, o beneficiário, por sua vez, reconhece o custo da ação que lhe é ofertada e que, instintivamente, gera uma constante sensação de dívida. Essa sensação é denominada gratidão!
Sendo notória em grupos pequenos, a gratidão pode ser expansiva e abrangente o suficiente para gerar este sentimento de dívida não paga. Quando procuramos a definição bíblica acerca do que é gratidão, a vemos na prática quando um dos dez leprosos volta até Cristo Jesus para agradecer a cura que recebeu em sua vida. Veja:
“E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz”. (Lucas 17:15)
O que aprendemos com a Palavra do Senhor é que devemos ser gratos mesmo que ninguém nos conceda um favor. Sermos gratos mesmo que não tenhamos nenhum benefício, e portanto devemos ser portadores ávidos da gratidão, mesmo sem ganhar nada, ou muitas vezes até “perdendo”.
A Bíblia nos incentiva a mostrar gratidão para com o nosso próximo. O apóstolo Paulo nos deu um exemplo de gratidão quando pregou para algumas pessoas e elas aceitaram a mensagem. Na mesma hora ele agradeceu a Deus. É claro que não vamos ser felizes por dizer “obrigado” de vez em quando. A verdade é que precisamos, verdadeiramente, ter uma atitude de gratidão.
A gratidão é considerada a rainha das virtudes, e nada fere mais uma pessoa do que o oposto, ou seja, a ingratidão. Mais uma vez o Apóstolo Paulo, na antessala do martírio na prisão, retrata a ingratidão de forma eloquente: “Na minha primeira defesa, ninguém se fez presente para me ajudar; pelo contrário, todos me desampararam”. Fico imaginando o que passou no coração daquele velho Apóstolo. Ele se desdobrou para pregar o Evangelho, implantar igrejas nas diversas províncias, sofreu apedrejamento, açoites, naufrágios e prisões para levar a Palavra de Deus a milhares de pessoas. Ele gerou centenas e milhares de filhos na fé, e quando o destino da sua vida ia ser definido, certamente ele esperou que muitos irmãos estivessem lá para defendê-lo. Entretanto, ninguém apareceu naquele momento, e isso feriu o coração do Apóstolo. Mas ele olhou para Deus e disse: “Todavia, o Senhor permaneceu ao meu lado e me abençoou com forças para que por meu intermédio a Mensagem fosse plenamente proclamada”.
Se você considera ter sido tratado com ingratidão, mesmo após perceber o quanto fez por outra pessoa, ao ponto de te fazer parar de desejar ajudar ao próximo, convido você a elevar seus olhos ao Senhor teu Deus, e lembrar que Ele é galardoador dos que o buscam. Entenda que Deus é Pai, que nunca pediremos a Ele pão e receberemos pedra. Lembre-se que o Senhor é quem deve avaliar suas obras, e não o seu próximo.
A gratidão abre o nosso entendimento para o fato de que temos recebido muito mais bênçãos do que possam ser os nossos problemas ou dificuldades.
O Senhor nos convoca a agradecer a Deus por todos os benefícios que Ele nos tem feito, pois quando fazemos isto, percebemos que estes são incontáveis e essenciais. Portanto, comece a contar as bênçãos em sua vida e você verá que é impossível enumerá-las, enquanto os nossos problemas são apenas alguns.
Continue em seu propósito de vida e seja grato a Deus por tudo aquilo que Deus tem feito em você! Seja grato!