“Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo”. (1 Coríntios 12:12)
Irmãos, nessa Palavra Pastoral do mês de maio, quero chamar a sua atenção para um tema de extrema importância para o amadurecimento da Igreja atual.
Uma das coisas que vem despertando a minha atenção é o fato de vermos a Igreja contemporânea crescendo em quantidade, o que é muito bom. Todavia, não é possível afirmar que essa mesma Igreja está crescendo em qualidade!
Isso porque crescer em qualidade demanda tempo, profundidade e muito cuidado. Assim como renúncia, a qual nem todos estão dispostos a cumprir. O “Evangelho das facilidades” tem tomado espaço em meio ao nosso povo. Na verdade, o verdadeiro Evangelho nunca foi associado com aquilo que é fácil.
As Escrituras dizem que Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13:8), mas o que vemos é que muitos vivem como se as grandes maravilhas de Deus tivessem ficado apenas para os povos do passado. Se porventura você tem esse tipo de pensamento, lembre-se que o nosso Deus é o Todo Poderoso, capaz de fazer infinitamente mais além daquilo que pedimos ou pensamos! (Efésios 3:20).
Nesse sentido, uma vida de religiosidade não gera impacto, portanto, não é capaz de mudar a sua sorte e a sua história. A religião é composta por dogmas e pesos, sendo incapaz de por si só mudar as pessoas. Entretanto, o que verdadeiramente gera mudança é o Evangelho genuíno de Cristo.
Na passagem bíblica de 1 Coríntios 12, o Apóstolo Paulo utiliza o corpo humano para simbolizar a Igreja de Cristo. A primeira ideia que precisamos entender de forma clara é a de que não somos “corpo”, mas “membro” de um corpo. Consequentemente, não somos autossuficientes.
Um segundo ponto importante é o pleno entendimento do seu papel dentro desse corpo, além disso, é fundamental que esse papel seja desempenhado com excelência. Ao criar o corpo da Igreja, o Senhor o fez de modo organizado, colocando cada membro em seu devido lugar. Veja o que está descrito nos outros versos da passagem:
“Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade.” (1 Coríntios 12:17-18).
Ao criar o corpo, o Senhor realizou cada escolha de modo harmônico. Além de determinar um papel específico para cada membro, ele interligou as partes de modo extraordinário, a fim de que não vivêssemos de modo independente.
Em 1 Coríntios 12:26, é dito que quando um membro sofre, todos os outros sofrerão com ele. Um membro pode sofrer devido a duas situações: doença ou disfuncionalidade. Assim, se um membro se desassociar de seu corpo, com certeza não irá durar muito tempo, afinal, ele saiu da função para qual foi criado. Por outro lado, você pode estar ligado ao corpo, mas exercendo o seu papel de modo disfuncional — o que também é prejudicial.
“Por que a Igreja atual não é tão eficiente como a Igreja primitiva?”, você pode se perguntar. Certa vez, ouvi que a Igreja brasileira, em muitos casos, apresenta a extensão de um oceano, mas a profundidade de uma piscina. Infelizmente, essa ainda é uma realidade. Veja a passagem a seguir:
“São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos o dom de realizar milagres? Têm todos os dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam? Entretanto, busquem com dedicação os melhores dons” (1 Coríntios 12:29).
Em sua carta à igreja de Corinto, o Apóstolo Paulo aborda a variedade de dons ministeriais, que na realidade não é vinculada a cargos, mas a propósitos específicos para a edificação da Igreja de Cristo.
Desse modo, fazendo uma analogia, não é possível que aquele que “nasceu para ser braço”, queira integrar o lugar da “perna” dentro de um ministério. Isso apenas gera confusão e retarda o avanço do corpo como um todo. A verdade é que a igreja precisa de cada um destes ministérios de forma específica para o seu crescimento e fortalecimento do seu poder de impacto.
Portanto, cada um deve assumir o seu lugar como membro da Igreja de Cristo, de forma excelente e com verdadeira profundidade no conhecimento de Deus. A grandeza da vida cristã está exatamente nessa habilidade — a de descoberta do seu real lugar no corpo de Cristo.
Que o Senhor possa te conduzir para o verdadeiro lugar ao qual você foi chamado!
Deus te abençoe!