Coisas que não gostamos acontecem a todo momento em nossa vida. Você fica sem emprego, vai mal nos negócios, se desentende com alguém, perde uma oportunidade e seus planos dão errado. Nessas horas, muitas vezes acontece de adotarmos o comportamento de vítima. Entenda que ninguém pode decidir a sua vida ou determinar o caos que você está vivendo.
O ato de se fazer de vítima acontece quando nos sentimos prejudicados por um acontecimento que não causamos. Então, encontramos algo ou alguém para culpar e responsabilizar pelo nosso infortúnio.
A culpa de tudo que acontece é individual. O que nos tira da comunhão com Deus não é um ou outro, somos nós mesmos quando decidimos não mudar, não admitir o erro ou não confessar o nosso pecado.
Na Bíblia, vemos o exemplo da história de Davi, que em muitos momentos de sua vida, viu-se confundindo com coisas que não eram da vontade de Deus. No livro de 2 Samuel, capítulo 11, vemos que o adultério cometido por Davi, trouxe grandes consequências para a sua vida e sua família. Veja:
“E aconteceu que numa tarde Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disseram: Porventura não é esta Bate Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu? Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); então voltou ela para sua casa. E a mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: estou grávida”. (2 Samuel 11:2-5).
Nesse texto vemos que Davi, mesmo sendo um homem segundo o coração de Deus, estava passível ao erro. Todos nós cometemos erros e pecados, o que não podemos é justificar o nosso erro no outro e continuar no pecado.
No mesmo livro de II Samuel, capítulo 12, vemos a consequência do pecado de Davi. Em função desse adultério, uma tragédia foi gerada em sua família: a criança fruto dele morreu, Amnon estuprou sua meia irmã Tamar e Absalão matou Amnon. Depois disso, Natan, profeta de Deus repreende Davi. Ele anunciou toda a tragédia que aconteceria na vida dele, e então Davi reconheceu: pequei contra o Senhor. Às vezes nós precisamos de alguém para nos dar limites.
O mais bonito é que Davi não se fez de vítima, não escondeu, não arrumou desculpas, não fugiu da culpa. Ele, que era rei, o homem mais poderoso da época, o mais respeitado e rico, reconheceu, assumiu o seu pecado e confessou, não transferiu a culpa para outra pessoa.
A maioria dos nossos atrasos e dos problemas que enfrentamos são porque não confessamos nossos pecados, achando que Deus entende e pronto, e assim nos afundamos.
Por maior que seja o nosso tropeço, Deus não desiste de nós, porém precisamos entender que o perdão d’Ele não nos exime das consequências. O perdão nos recoloca no lugar certo na relação com Ele, mas isso não significa que a vida vai voltar a ordem, por causa de um princípio bíblico: a lei da semeadura. Somos livres para plantarmos o que quisermos, mas a colheita é obrigatória, independente do que seja.
Quando as coisas dão errado precisamos perguntar: “O que preciso fazer agora?” em vez de “Por que isso foi acontecer comigo? Por quê fizeram isso comigo?”. Isso é assumir responsabilidade pelo seu destino. Você deixa de agir como vítima e passa a agir como um criador, independente das adversidades que surjam pelo caminho. Problemas sempre vão existir. A diferença entre o criador e a vítima é que o criador se concentra no que quer e em como conseguir, enquanto pessoas que sempre se sentem vítimas ficam remoendo as coisas que não estão certas em sua vida.
A graça de Deus é a oportunidade de recomeçar sempre, mas isso vai depender do seu entendimento. Pecado não confessado é como comida estragada, enquanto não colocarmos pra fora, não vai fazer bem.
Reconheça os seus erros para sarar. Desperte enquanto Ele ainda fala com você. Não perca tempo!
Deus te conduza no melhor caminho, em nome de Jesus!