Arborização urbana e a qualidade de vida

Você sabia que no século XVIII com a Revolução Industrial, o processo de urbanização das cidades foi acelerado e parte da população migrou para as áreas urbanas em busca de melhores condições de vida, em especial de trabalho? Nesse contexto, as cidades começaram a ganhar importância na relação do homem com o ambiente, o que, nos dias de hoje, fez com que mais da metade da população mundial esteja nas cidades, ou seja, cerca de 4.4 bilhões de pessoas.

Nessa relação entre homem e cidades, surge a chamada arborização urbana, que pode ser entendida como uma política pública geradora de benefícios ambientais e sociais para uma cidade, além de auxiliar na qualidade de vida.

A alteração climática no meio urbano, observada tanto no Brasil como no exterior, demonstra diversidade de enfoques, entretanto, já sabemos que a vegetação controla a incidência de radiação solar, o ganho de calor, umidificação e depuração do ar. Portanto, estamos diante de uma interface de influências entre o microclima urbano e a qualidade do ambiente construído.

Segundo especialistas em arborização urbana, as árvores são um instrumento essencial para o conforto térmico e sua relação com os fatores ambientais (temperatura e umidade do ar, radiação solar e ação dos ventos).

Sendo assim, o processo de supressão de vegetação em áreas urbanas, seja devido à  expansão urbana ou mesmo pela requalificação do ambiente sem uma análise técnica, traz  prejuízos para a qualidade de vida, em especial no aumento de temperatura, perda de umidade, recarga do lençol freático e sombreamento.

Prova disso é que, nas grandes cidades, é possível observar uma variação entre 5 ou 6 graus de temperatura, entre regiões arborizadas, se comparadas  com regiões mais verticalizadas e com pouca presença de árvores. Essas ondas de calor, que acontecem pela falta de vegetação, promovem o aumento do consumo de energia, além de piorar a qualidade do ar.

A solução, ou talvez o caminho a ser seguido, está nos Planos Municipais de Arborização Urbana – PDAU, que busca relacionar os aspectos ecológicos, estéticos e sociais de cada região. Além disso, é uma ferramenta de planejamento para manutenção e monitoramento da arborização urbana.

Entretanto, é importante destacar que qualquer política pública, se realizada sem um planejamento adequado e sem a participação da sociedade, se torna inválida e pouco efetiva. Por fim, nesse período de eleições e de mais um ano em comemoração do Dia da Árvore, temos uma “janela de oportunidade” para trazer as pautas ambientais para a discussão na sociedade. Assim, podemos enxergar a arborização urbana como protagonista da política pública que objetiva melhorar a vida das pessoas e trazer qualidade ambiental para os centros urbanos através da presença de árvores.

Dr. Gabriel Tenaglia Carneiro

Biólogo; Cursando Especialização em Políticas Públicas na FCS - UFG; Mestre em Ciências Ambientais e Saúde; Doutor em Ciências Ambientais; Analista em Obras e Urbanismo da Prefeitura de Goiânia; Professor Universitário; Alumnus - International Visitor Leadership Program - IVLP/USA; @gabrieltenagliacarneiro - Instagram; @TenagliaGabriel - Twitter.

Você também vai gostar de ver

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
0
Would love your thoughts, please comment.x
()
x