Quando vemos uma árvore sem folhas nessa época do ano, logo pensamos que está seca e deverá ser substituída, mas nem sempre é assim. Abaixo da superfície, o frenesi de microrganismos indo e vindo, as moléculas de água se deslocando nos poros e toda a dinâmica do perfil do solo continua pulsante. As raízes cuidam de reger esta orquestração silenciosa para manter tudo funcionando, inclusive para manter o equilíbrio dos pesados galhos assolados pelos ventos da estação. Quanto maior a copa da árvore, maior será a estrutura ramificada, tanto em espessura quanto em profundidade, para ir longe buscar os nutrientes necessários, sorver a umidade disponível e assim manter a vida vegetal com toda sua exuberância e produção de frutos a seu tempo.
As raízes estão nos bastidores. Quando feridas por insetos parasitas que se alojam em seu lenho, sugam a seiva ou impedem a sua circulação para a parte aérea, e a vida da planta fica comprometida. Quando as camadas do solo abaixo da superfície estão muito adensadas, impedindo o seu desenvolvimento, a planta se torna raquítica e suscetível ao tombamento sob uma simples rajada de vento.
Quanto ensinamento as raízes podem nos trazer! Por que tantas pessoas se arvoram sobre as outras e tombam, tantos conglomerados vão à falência em pouco tempo e tantas estrelas de fama instantânea não se mantém brilhando por muito tempo? Falta de estrutura de suporte. E o que dizer das famílias, ministérios e lideranças que, por falta de princípios sólidos e adequada estruturação, não sucumbem aos reveses da vida? Bem, esta é a comparação mais simples de se fazer.
Fico me lembrando de quando Jesus disse que aqueles que se humilham serão exaltados e aqueles que se exaltam serão humilhados. O que isto tem a ver com raízes? Para se tornarem fortes e vigorosas e sustentar tudo que vai aparecer na superfície, elas precisam se desdobrar e descer mais fundo. Desta forma, se tornam mais ocultas, mais ocupadas em cumprir suas funções e oferecer toda segurança e confiança que a parte que realmente aparece vai precisar. Salvo nos casos de alguns tipos de raízes que crescem para a superfície, este é o comportamento padrão.
Quando se tenta aprisionar uma árvore gigante no concreto, são as raízes que, para cumprir suas funções, rompem a estrutura, quebram as barreiras, dia após dia, silenciosamente. Quando a copa da plantinha, no desespero pela posição ao sol, não dá o devido tempo para as raízes se fortalecerem, ela tomba e morre. Se exalta e é humilhada publicamente.
Temos que cuidar das nossas raízes, principalmente daquelas que nos dão o sustento pessoal, isto é, nossos princípios inegociáveis baseados na Palavra de Deus, nossos valores, nossa energia na busca por nutrientes espirituais e por água viva. Não nos esqueçamos de cuidar de outras formas de raízes. Quer saber quais? Quando, em um grande projeto em que algumas pessoas vão se destacar pela natureza de suas funções, na igreja por exemplo, as raízes são aquelas que estão nos bastidores, na intercessão, no suporte.
São as raízes que fixam a planta no lugar onde ela deve crescer e frutificar. Mas veja bem, se você é a parte que aparece no processo, fique sabendo que a vida da árvore não depende unicamente das raízes, porque a boca da planta são suas folhas, onde ocorre uma síntese que retira o carbono do dióxido de carbono existente no ar e incorpora esse mesmo carbono no lenho que forma o tronco da árvore. Bom lembrar que é um sistema de cooperação mútua, como um corpo e uma engrenagem perfeita. Que o esplendor da obra da qual fazemos parte, seja raiz ou ramos, glorifique o Criador!
Oii estava navegando em seu blog e encontrei diversos artigos interessante como este.
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