Mulher virtuosa, quem a achará?

Ao longo do tempo, a mulher virtuosa tem sido figura central na construção das bases sociais. O valor de sua presença transcende o tempo e as culturas que permeiam as diferentes épocas. A virtude no contexto feminino vai além de conceituar, ela se manifesta na integridade moral, na compaixão, na sabedoria e na força interior que a impele a buscar, constantemente, o aprimoramento pessoal, cultivando valores e não superficialidades.

No seio familiar, ela desempenha um papel formador. Sua presença é um farol que ilumina o caminho daqueles que a cercam. Seu amor incondicional aliado à paciência, compreensão e abnegação, cria um ambiente propício para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos filhos. Ela é confiável, apoiadora e encorajadora.

No contexto social, comunitário, sua influência e compromisso refletem na construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Ela inspira a todos que a seguem, incentivando o altruísmo e a solidariedade. Sua liderança, muitas vezes silenciosa, é marcada pela capacidade de unir pessoas em prol de causas nobres.

Podemos ler palavras de uma rainha-mãe sobre a mulher virtuosa em um texto clássico na Palavra de Deus. No livro dos Provérbios, o rei Salomão descreve uma coletânea de conselhos, advertências e instruções que a rainha-mãe dá ao seu filho Lemuel, preparando-o para reinar. Ela inicia ensinando sobre valores, justiça, verdade, equidade; aconselha que fuja das mulheres destruidoras, do álcool e que ele seja a voz do necessitado e também do aflito, além de estar a favor do pobre e desamparado.

Logo em seguida, inicia uma reflexão sobre a mulher mais preciosa que os rubis e finas joias. Ela diz que é aquela a quem o marido pode confiar, e que vai enriquecê-lo grandemente, e que lhe fará o bem todos os dias. Ela tece lã e linho fino, levanta de madrugada; examina terrenos e compra, planta vinha e certifica-se que seu empreendimento é lucrativo e ajuda os pobres e os famintos. Ela costura roupas de lã no inverno para aquecer a sua família e também tece roupas de linho para vender e cobertas para casa. Ela não é preguiçosa e não se esquece de si mesma. Veste-se de linho e púrpura e é elogiada por todos. Voltando-se para Lemuel, acrescenta: não se fie na beleza por que é van e passageira. Termina dizendo que essa mulher é digna de ser recompensada. Quantas virtudes!

Mas onde está essa mulher? Quem a achará afinal? A resposta é simples. Ninguém a achou, ninguém a achará, porque ela não existe! Aquela era a mulher do sonho de uma mãe para o seu filho-rei, e, diga-se de passagem, sonho de todo homem também, não é?

Na verdade, nós compomos esse quadro. Olhe para aquela moldura e você se encontrará lá! É você, em seus múltiplos papeis. Uma sobrecarga no horário de trabalho (dupla, tripla jornada), o desafio na criação dos filhos, no malabarismo das finanças, os desafios conjugais, saúde, beleza, na corrida contracultural, e por aí vai!

Somos essa mulher que vale mais que rubis e joias finas, mas não somos perfeitas, temos muito a aprender e valores a agregar. Contudo, ao nos encontrarmos com as mulheres da Bíblia e nos admirarmos com suas virtudes, percebemos também que elas não foram perfeitas, ainda que nos inspire a buscar outras vias para aperfeiçoamentos, assim elas não foram perfeitas, porque virtude não significa perfeição.

Marta – trabalhadora, hospedeira, serva, contudo, reclamou de Jesus duas vezes. Maria – adoradora, amorosa, aprendiz, não creu e até acusou Jesus da morte do irmão. Maria, a mãe de Jesus – obediente, ousada, forte, corajosa, foi uma brilhante educadora; aquela que nos inspira, por seu exemplo, a olhar nosso filho e filha sabendo que eles são filhos de Deus sim, e, assim como ela gerou Jesus para Deus, nós também geramos nossos filhos para Deus. Eles são filhos do Deus vivo!

Mas, essa mulher inspiradora também não foi perfeita. Em uma viagem, ela se esqueceu do seu filho ao voltar para casa, e só o encontrou três dias depois. Então, não se torture quando não conseguir corresponder a todas as demandas, mesmo dando o seu melhor.

Olhe cuidadosamente para o que mais você despreza em si mesma, e em seguida, olhe para além disso, enfrente as suas dores.

Parabéns mulher virtuosa!

De fato, o seu valor excede o de finas joias.

Não se ponha sob o jugo do perfeccionismo. Você é incrível!

Ieda Caixeta

Pastora e diretora da Organização AMMI - Associação Mundial de Mães Intercessoras

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