O compasso da espera…

imagem: envato

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Desconheço alguém que aprecia uma longa espera. Quando se sabe que ela será curta, passa desapercebida, mas quando o tempo começa a passar muito lentamente, a espera passa a ser uma quase tortura. Hoje em dia, quando nos preparamos para enfrentar uma fila em um banco, em uma clínica ou em uma repartição pública, levamos nossos smartphones carregados ou algo para ler, na esperança de amenizar a agonia da espera, na tentativa de fugir do estresse que isto causa.

Dependendo do motivo da espera, podemos ficar felizes, ansiosos, apreensivos ou agoniados, mas raramente indiferentes. Uma noiva que espera o grande dia de suas bodas, vive um misto de apreensão, alegria e emoção. Um noivo, por sua vez, além da emoção e da apreensão, certamente convive com o peso da responsabilidade de receber do sogro a incumbência de cuidar e proteger sua futura esposa.

Uma mãe espera nove meses para ver o rostinho do bebê, e esta espera é quase sempre muito desconfortável, mas a própria evolução da gravidez, a preparação do enxoval, a escolha do nome e a montagem do quartinho, ajudam a dirimir a ansiedade por este momento tão esperado.

Viver uma vida sem expectativas é uma grande frustração. Por outro lado, esperar que tudo aconteça como em um passe de mágica é também frustrante, porque isto não acontece na vida real. Nossas carências e desejos nunca são atendidos de forma imediata. A espera normalmente é carregada de impaciência gerada pelo nosso imediatismo, o que implica na necessidade de um aprendizado para a vida toda: saber esperar.

Na vida cristã, precisamos crer que existe “a hora de Deus”, visto que nem os heróis da fé tiveram suas orações prontamente respondidas. Algumas levaram anos ou décadas de espera e confiança. A ansiedade e o ativismo da vida moderna tem sufocado a esperança e não são poucos os que desistem de projetos e planos e muitos, infelizmente, até mesmo de viver. Outros nadam, nadam e morrem na praia. Quando os intentos estavam quase vindo à tona, eles desistem e herdam o desânimo de ter que recomeçar do ponto inicial.

A palavra de Deus nos traz o salmista associando três palavras em vários versículos: espera + confiança + paciência. Que combinação explosiva para os resultados da fé prática! Confiar e descansar no Senhor e esperar com paciência n’Ele, tornam-se imperativos na nossa vida quando queremos vencer a ansiedade e a desesperança. Desta forma, sabedores que somos de Sua fidelidade e misericórdia, teremos sossego na alma. Voltemos à noiva e à mãe: quando o casamento finalmente chega ou o bebê finalmente nasce, toda a agonia da espera se dissipa e faz tudo ter valido a pena. Como dizia o poeta, o caminho se faz ao caminhar. Resta a cada um de nós, seja lá o que estivermos esperando, tornar essa etapa menos inquietante e ansiosa. Não se compara um passatempo no smartphone na fila do banco com anos de espera por uma grande bênção, mas o que importa é sabermos que uma hora, mais cedo ou mais tarde, tudo vai se resolver. Tenho sido convencido que parar de sofrer por algo que não posso controlar é a chave que abre a porta da calma. Experimente isto. Bora dar um tempo?

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