Domínio próprio ou vontade própria?

O cenário atual em que vivemos, marcado pelo consumismo diversificado de produtos e conteúdos, aliados ao poder da informação de acesso massivo através dos meios de comunicação, estimula de forma direta a realização dos desejos e vontades das pessoas.

A  realização das nossas vontades, a princípio, pode parecer benéfico, sem nenhum tipo de malefícios, pelo contrário, essa vontade pode até ser estimulada pelo bem-estar, conquistas, sucesso, autorrealização e felicidade plena. No entanto, muitas vezes esse sentimento pode se revelar em frustrações, tristezas e desesperança, pois aquilo que foi desejado, não fazia parte do universo idealizado ou do propósito de vida.

Não quero aqui desestimular que tenhamos vontades e desejos e que não necessitamos realizá-los, afinal, Deus deseja que tenhamos nossos sonhos realizados e claro, há condições para isso. Veja o que está escrito em Salmos 37:04, em que o salmista fala sobre os desejos do nosso coração. A questão é: qual a origem dessa vontade? Será que tudo isso não é fruto de uma criação constante e diária de informações que nos condiciona a desejar sempre algo novo?

Precisamos avaliar se a nossa vontade própria irá preencher e criar em nós uma base sólida física, emocional e espiritual, ou ao contrário, nos fará seres humanos melhores e de fato realizados em nossa plena convicção de quem somos e pertencemos.

No meio pessoal, o Espírito Santo se põe também como ajudador, nos dando o domínio próprio e nos fazendo ponderar e refletir, trazendo então a revelação do que nossa vontade própria traz em sua essência. Em Provérbios 14:12, é dito: “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte”.

O domínio próprio é o poder que o Espírito Santo nos dá para o discernimento e autocontrole em  dizer “não” quando nossas vontades, impulsos e desejos são prejudiciais, capazes de  nos destruir (Provérbios 25:28). O fato é que o domínio próprio torna nossa vontade alinhada à vontade de Deus, e assim, somos capazes de realizar nossas vontades, enquanto crescemos na graça e conhecimento de Deus.

Dessa forma, dominaremos o mau desejo ao nos comunicar, nos fazendo pensar antes de falar e agir (Tiago 1:19); controlar o desejo de ira, fazendo com que, quando provocados, não revidemos (Provérbios 19:11), além de nos  distanciar de todo desejo e vontade má (Gênesis 4:7). Portanto, guiados pelo Espírito, estaremos também capacitados para  pedirmos perdão e  perdoar.

Irmãos, o meu conselho é para que busquemos o domínio próprio do Espírito Santo, através de uma comunhão mais íntima com Deus, dedicando tempo para o estudo de Sua Palavra, para a oração e jejum, pois assim, por meio de nós, o Senhor Deus será glorificado.

Pense nisso!

Dr. Leonardo Gonçalves Hayne

Psicólogo clínico, especializado em Gestão estratégica de Pessoas e Neuropsicopedagogia, professor de graduação e pós-graduação nas áreas de psicologia e neurociência.

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