Entrevista: Arte em movimento

No mês de dezembro, é possível ver mobilizações em prol de ações sociais que visam oferecer esperança a um maior número de pessoas, movimento típico daquilo que se tornou conhecido como “espírito natalino”. Para a 80º edição da Revista Renascer, escolhemos conversar com uma das coordenadoras da ONG que, desde 2016, impacta a capital goiana com um projeto que se mantém ativo ao longo dos doze meses do ano. Confira a entrevista a seguir com Bianca Porto, uma das coordenadoras do projeto.

  • Como surgiu a iniciativa pela criação da Oásis de Sonhos?

O Oásis nasceu no contexto de uma olimpíada de empreendedorismo da UFG (Universidade Federal de Goiás), onde acontece uma competição em que as pessoas precisam elaborar a ideia de um projeto ou negócio, para depois executá-lo. Então, pensamos em criar um Oásis para revitalizar a área infantil da biblioteca municipal da praça universitária de Goiânia. Conseguimos reunir mais de 50 voluntários e entregamos a revitalização do espaço. Ficamos em 3º lugar na olimpíada, mas considero que ganhamos o prêmio principal, porque depois disso, as pessoas começaram a perguntar quando seriam as próximas ações.

  • Qual é o principal propósito das ações?

Temos o objetivo de revitalizar espaços que muitas vezes, estão esquecidos pelas pessoas e por isso, não são tão frequentados. Mas, considero que a principal transformação acontece nas pessoas que participam de nossas ações. Tudo o que fazemos é feito a partir de materiais doados e nos mobilizamos para fazer toda a revitalização em apenas um dia, por isso, os voluntários entendem que se foram capazes de revitalizar um espaço inteiro em um único dia, são capazes de fazer qualquer coisa que quiserem.

  • Atualmente quantos voluntários participam das atividades?

Além das duas coordenadoras, temos um grupo de voluntários com mais de 100 pessoas, sendo que alguns já participaram de mais de uma ação. Além disso, temos um grupo com cerca de 30 artistas. Para cada ação, mobilizamos cerca de 50 pessoas, entre artistas e voluntários em geral, que varia do tamanho do espaço e da demanda de trabalho com cada projeto.

  • Como as pessoas interessadas podem contribuir para a Oásis de Sonhos?

Acreditamos que qualquer pessoa pode contribuir de alguma forma e que pode descobrir alguma habilidade que ainda não conhecia, por isso, todos podem se envolver como voluntários em nossas ações. Também temos uma campanha de captação, em que é possível contribuir a partir de doações que serão usadas para adquirirmos os materiais de nossas próximas revitalizações.

  • De que forma a arte pode ressignificar um espaço? Vocês recebem muitos depoimentos contando do impacto gerado após a visita da ONG?

O espaço tem uma relação direta com a saúde mental das pessoas, o que é comprovado inclusive por estudos científicos. Nós conversamos com as pessoas depois das ações para vermos como ficou o uso do espaço e, principalmente em bibliotecas, as pessoas começam a estar mais presentes e até desenvolvem novos hábitos de leitura. Além disso, já existiram situações em que após os espaços serem revitalizados pela comunidade, as pessoas costumam mantê-lo em boas condições por mais tempo e evitam práticas como  pichações e jogar lixo nos espaços, por exemplo.

  • Como as pessoas ou empresas interessadas em receber as intervenções artísticas podem entrar em contato?

Os interessados podem entrar em contato conosco pelas nossas redes sociais (@oasisdesonhos) ou pelo e-mail: contato@oasisdesonhos.org. Temos dois formatos de trabalho: para pessoas que desejam levar a arte para lugares, como ONG ou projetos com um sentido social, podemos encaixar a atividade em nossa agenda, de acordo com nossa disponibilidade, ou ainda pode ser indicado a nossa própria mentoria. Já para as empresas, é possível vendermos projetos para atendê-las e o legal é que também envolvemos os seus  funcionários. Há também a possibilidade do voluntariado corporativo, em que levamos os funcionários para participarem conosco de ações externas.

Jéssica Lima

Formada em Jornalismo, atua como revisora editorial, produtora de conteúdo para redes sociais e atua como jornalista na equipe editorial da Revista Renascer.

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