Guia de saúde para mulher

O mês de março é marcado pelas comemorações do Dia Internacional da Mulher, data oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. É comum vermos a mobilização do comércio em torno da data — 8 de março — muitos lares enchem-se de flores, declarações e cartões preenchidos por declarações.

As homenagens, sem dúvida, tornam a data especial, no entanto, pensando na qualidade de vida e na rotina de nossas leitoras, preparamos um Saúde e Bem-Estar especial: um Guia de Saúde para a mulher. Afinal, uma rotina agitada, com múltiplas prioridades e a própria responsabilidade por desempenhar todas as tarefas, podem fazer com que a qualidade de vida e os cuidados com a sua saúde deixem de receber a devida atenção.

“As mulheres acabam tendo essa tripla jornada, que envolve o ingresso no mercado competitivo de trabalho, além de outras diversas responsabilidades, o que faz com que que haja um abandono de hábitos de vida saudáveis, como a higiene mental, o próprio tempo de lazer e prática de exercícios físicos”, afirma a Ginecologista Obstetra, Dra. Maria Elaine Assis.

A sobrecarga de trabalho é um dos pontos principais para a compreensão dos desafios para os cuidados com a saúde física e emocional do público feminino. “É comum conversarmos com pacientes no consultório que estão com o colesterol alto e outras alterações e que, depois de recomendarmos exercícios físicos, dizem ‘Dra., mas as eu não tenho tempo! Tenho que chegar em casa, fazer janta, ensinar tarefas para as crianças’, é assim que enxergamos o que é gerado pela sobrecarga de trabalho”, explica a Ginecologista, integrante do Departamento de Ginecologia do Hospital Albert Einsten em Goiânia.

A busca por um equilíbrio e um sistema de organização para divisão de tarefas estão entre as recomendações mais comuns. Além disso, uma boa estratégia é a criação de momentos em família, como passeios de bicicleta e outras atividades úteis, tanto para estimular exercícios físicos, quanto para criar momentos de lazer e espaços na rotina para o descanso mental.

Cuidados ginecológicos

As recomendações para a rotina de consultas com o médico especialista em saúde feminina variam de acordo com a faixa etária e condições particulares. Enquanto que na adolescência, a principal preocupação médica é a prevenção da gravidez, na fase adulta um dos principais exames é o rastreio do câncer de cólon de útero, uma das patologias que mais acomete mulheres em idade fértil. Depois da faixa dos 40 anos, a mamografia e o rastreio do câncer de endométrio e de ovário passam a integrar a rotina preventiva.

De acordo com a Dra. Maria Elaine Assis, o que é chamado de check-up de rotina pode ser explicado da seguinte forma:

  • Consulta anual com o médico Ginecologista;
  • Rastreio laboratorial de possíveis doenças (exames em laboratório);
  • Para mulheres de até 40 anos com vida sexual ativa:
  • Exame de identificação de colo de útero;
  • Ultrassom de mama;
  • Ultrassom endovaginal.
  • A mamografia é acrescentada a rotina de exames de imagem para mulheres com mais de 40 anos, enquanto que o exame de densitometria óssea a partir dos 50 anos.

“O ginecologista e obstetra é o clínico da mulher, é comum olhar para a saúde das nossas pacientes de uma forma integrada. Sabemos que inúmeros problemas estão relacionados com a obesidade ou estresse. Além disso, hábitos saudáveis reduzem os riscos de osteoporose, assim como a obesidade aumenta a incidência de câncer de endométrio, por exemplo. Já uma mulher tabagista e sedentária irá apresentar riscos elevados de infarto”, afirma a especialista.

As vulvovaginites, como a candidíase e corrimentos vaginais, representam o principal motivo para a procura de consultas com um especialista ginecológico. A rotina de prevenção é a maior aliada na identificação de patologias mais graves, como o câncer de colo de útero, que em 2020 foi o responsável por quase 17 mil novos casos de câncer de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A vacinação também é um instrumento de prevenção a esse tipo de câncer, já recomendada para crianças e adolescentes.

“Quando aparecem os sintomas, já é um câncer em um estado muito avançado. O que nos mostra a importância das medidas de rastreio. Uma ida anual se faz extremamente necessária, em caso de alterações, o ginecologista irá determinar o tempo para retorno ao consultório”, conclui a especialista.

Marina Oliveira Lopes Coelho

Graduada em Letras/Português, pós-graduada em Docência de Língua Portuguesa, professora universitária na área de Linguagem e Comunicação, redatora, revisora e responsável pela Editora Renascer.

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