Lições que aprendemos com o cego Bartimeu

Na Palavra Pastoral desta edição, gostaria de convidar os leitores da Revista Renascer a examinarem a passagem presente no Evangelho de Marcos 10:46.

“E depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando”. (Marcos 10:46).

Nesse trecho, conhecemos a história de Bartimeu, um cego que estava a pedir esmola em certo caminho, e quando viu Jesus passar pela sua região gritou: “Jesus, filho de Davi, tenha misericórdia de mim!” Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, a fim de que não incomodasse o Mestre, mas Jesus ao ouvi-lo parou e disse: “chame-no!” Naquela ocasião, ainda perguntou: “O que você quer que eu lhe faça?” Logo, o servo respondeu: “Mestre, eu quero ver!” Dessa forma, Jesus respondeu para que ele prosseguisse, pois a sua fé havia o curado, e imediatamente o homem voltou a ver.

Uma das coisas que acredito serem uma das mais brilhantes quando você entende a beleza e o cuidado presentes na leitura e meditação na Bíblia Sagrada, é descobrir nela segredos extraordinários. Interessante que se você ler a Palavra de Deus de forma displicente , lendo apenas por ler, você não encontrará nenhum sentido, pois se ela ficar fechada, será apenas um livro qualquer. Mas, se investirmos o nosso melhor tempo, descobriremos o que é necessário.

Nessa passagem, vimos que esse cego não era nada bobo, afinal, ele ouviu falar que Jesus estava passando e começou a clamar. Se prestarmos atenção, vemos que o clamor feito por esse homem foi realizado de modo totalmente atípico, se comparado aos que eram feitos em Israel. Ele gritou “Jesus, filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”. Jesus, naquele contexto, era um nome comum. No entanto, Jesus filho de Davi, não havia nenhum igual.

Se tem algo que precisamos buscar em Deus é o dom chamado discernimento de espíritos, para que vivamos no presente século, com a habilidade de perceber o que está acontecendo ao nosso redor. Bartimeu foi na origem de Jesus, em sua raiz histórica e genealógica. Assim,  ele soube como chamar a atenção do Mestre.

O fato é que não pararemos Jesus baseados em nossos lamentos e anomalias emocionais, porque o Reino de Deus não é baseado em emoções, mas em princípios. O que chamará a atenção do Senhor será o modo como você irá agir!

Bartimeu não lamentou a sua miséria e condição, ele soube exatamente as palavras que deveria usar e, dessa forma, Jesus voltou a sua atenção a ele e mandou chamá-lo.

Precisamos entender que somos seres espirituais. Somos espírito, temos uma alma e habitamos em um corpo, sendo assim, temos uma relação verdadeira com o Senhor e logo, não devemos permitir que as nossas almas nos afetem ao ponto de nos tornamos doentes emocionais.

Jesus não parou pela condição da cegueira de Bartimeu, mas pelo uso da palavra-chave trazida no discurso daquele homem. Por isso, esse é o momento de clamarmos como Bartimeu e dizermos “Eis me aqui”, ainda mais nos tempos em que estamos vivendo, com tantas crises e incertezas.

Recebi uma notícia de que a igreja subterrânea na China, apesar de estar vivendo um tempo de intensa perseguição, também está passando por um tempo de grande avivamento, como nunca experimentou. Veja só, não estamos passando por perseguições, mas precisamos ter a percepção das palavras que falamos em nosso dia-a-dia, com os nossos familiares, por exemplo, e prestar atenção em nossas ações.

Com essa passagem, também podemos aprender que, quando Bartimeu usou essas palavras, ele reconheceu a identidade de Jesus e reafirmou a sua crença no Senhor. Não podemos desanimar diante das dificuldades ou da aparente demora para as respostas de nossas orações, pelo contrário, precisamos perseverar!

Existirá um momento em que o Senhor irá ouvir você e mudar as suas circunstâncias, mas de nós não deve haver murmurações ou reclamações. Naquela ocasião, Jesus perguntou diretamente se ele desejava ser curado. Bartimeu em nenhum momento reclamou de sua condição, apenas verbalizou o que ele precisava. Interessante também que Jesus não se preocupou com as circunstâncias ou dificuldades daquele homem.

O último ponto que quero abordar é aquilo que está por trás da pergunta “O que quer que eu lhe faça?” dita por Jesus àquele homem. Se Jesus aparecesse para você e repetisse essa mesma pergunta, qual seria a sua resposta? Jesus deseja saber o que de fato queremos, e por isso precisamos aprender a pedir.

Bartimeu não usou a sua emoção, mas sim o seu conhecimento, pois sabia quem Jesus era e que verdadeiramente poderia fazer aquele milagre por ele. Reconhecer Jesus como filho de Davi era reconhecer a autoridade e a origem de Jesus! Depois disso, o cego persistiu gritando as palavras, mesmo que ao seu redor estivessem o mandado permanecer calado.

Meu desejo é que tenhamos sede e desejo por Deus! Acredito que estamos vivendo um momento em que a igreja do Senhor está sendo depurada, uns desanimam diante da provação, mas outros, permanecem com desejo pelas coisas de Deus.

Percebe que existe uma ordem de fatores externos e internos que contribuem para que você se afaste ou se aproxime da sua bênção? Portanto, mantenha-se firme no Senhor!

Convido você a crer que nesse momento, em meio às dificuldades do tempo presente, você continue sendo guardado pelo Senhor, baseado na honra que você dá a Ele.

Bartimeu creu, clamou, foi curado imediatamente e passou a seguir a Jesus.

Aprendemos com a história de Bartimeu princípios que são a nossa segurança nos dias de hoje!

Esteja atento!

Deus te abençoe, em nome de Jesus!

Pr. João Queiroz

http://contato@batistarenascer.com

Graduado em Pedagogia e Teologia, pós-graduado em Neuropsicologia e Psicanálise Clínica. Fez curso de Coaching, é pastor presidente da Igreja Batista Renascer.

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