Medo de morrer? Conheça mais sobre a Tanatologia, com Mariane Ferreira

É comum que em algum momento da vida o medo de morrer surja, ou que a perda de algum familiar cause traumas que impedem a pessoa de progredir emocionalmente. É nesse contexto que surge a Tanatologia, uma ciência que estuda e trata o sentimento de perda e aceitação da morte. Na entrevista deste mês de novembro, a tanatóloga Mariane Ferreira, nos ensina a lidar com um momento tão delicado quanto o luto, utilizando técnicas e também a Palavra de Deus. Além disso, vamos aprender mais sobre o medo da morte e as suas consequências. Confira:

Nos últimos três anos, muitas pessoas têm enfrentado a dor da perda, seja de um amigo ou algum familiar. Quais são os principais desafios que as pessoas enfrentam durante o processo de luto?

Em meio a dor profunda do luto é normal que a mente elabore questionamentos e busque respostas que, muitas vezes, nunca vamos encontrar. Quanto mais insistir na dúvida, menor será a certeza de que é possível superar, pois o sofrimento persiste até que a pessoa possa abrir o coração para entender a dor. Geralmente, o questionamento da dor vem acompanhado de comportamentos inadequados de cultivar o sofrimento, não dando espaço para que a dor seja liberada. Os enlutados podem acabar se voltando para os pensamentos desagradáveis e negativos, e isso ocasionalmente leva o luto a durar por toda a vida. Por outro lado, a pessoa tomada pelo sentimento de dor pode decidir desabafar e experimentar uma verdadeira transformação em sua vida.

Em geral, como as pessoas lidam com a morte ou com o processo de luto?

Cada pessoa lida de um jeito com a morte. Depende de vários fatores que envolvem o processo. Questionamentos práticos, como: o tipo de ligação, o vínculo e as convicções sobre a morte, ajudam a compreender a situação a qual a pessoa enlutada se encontra. O fato é que ninguém aceita a morte. Sem contar que é bem desgastante e doloroso levar alguém a pensar que deve aceitá-la. A separação definitiva causa uma dor tão profunda que, se não cuidada, cria raízes de amargura e leva a um adoecimento de espírito, matando sonhos e a perspectiva de um futuro pleno.

O que temos que aceitar é uma nova realidade, onde o ente querido não pertence mais. A ruptura de vínculo é trabalhada quando as pessoas vão se despedindo de quem se foi pela falta de convívio diário. Mas, é natural e compreensível que a pessoa enlutada insista em querer a presença na ausência, cultivando mais sofrimento com essa atitude.

Você diria que o medo, principalmente o da morte, pode estar relacionado com outras ansiedades?

Eu penso que o medo da morte é como qualquer outro medo. Não se trata de um comportamento, mas de aceitar crenças e julgamentos equivocados. O cérebro só vai processar o que a pessoa acredita, e se ela não estiver disposta a encontrar outro caminho que revele verdades transformadoras, lamento, mas o medo vai prevalecer. É por esse motivo que a Bíblia nos orienta a  guardar o nosso coração, porque é dele que procede toda a nossa vida.

Como tanatóloga, quais as estratégias que você utiliza para ajudar as pessoas a enfrentar e superar o medo da morte?

Primeiro se entende o porquê, depois levamos a pessoa a encontrar o caminho que alivia. Talvez pensar que a morte não é o fim eterno, mas a porta de entrada para a vida eterna, seria consolador. O que Deus, pela Sua Graça preparou para nós, é algo tão grandioso que Ele fará uma grande surpresa a cada filho amado. Pode o Pai não nos receber bem? Então, tudo não passa da maneira como a nossa mente trabalha. Podemos sim, substituir a ideia de morte como o fim, por pensamentos de vida.

Você acredita que o medo da morte pode afetar a qualidade de vida das pessoas?

O medo só vem pela insegurança de não ter convicções sobre Aquele que venceu a morte e que hoje Reina em Glória, o nosso Senhor Jesus. A insegurança gera o medo, que por sua vez leva às patologias, como: depressão, ansiedade, pânico, transtornos e muitos outros danos para saúde física e mental. A única maneira de resolver isso é encontrar o caminho, gerir as emoções e abrir o coração para viver o novo com alegria e não com pavor. Lembrando que o verdadeiro amor lança fora todo medo, por isso não há motivo para viver o pânico se existir a renovação da mente e a certeza no amanhã.

Mariana Guimaraes

Você também vai gostar de ver

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
0
Would love your thoughts, please comment.x
()
x