A primeira infância é o período que vai desde o nascimento até os primeiros seis anos de vida da criança. É uma etapa importantíssima para o desenvolvimento mental, emocional e social, marcada por descobertas e muito aprendizado. A criança irá absorver tudo à sua volta, por isso, nessa etapa é fundamental que a criança receba a maior quantidade de estímulos possíveis, além de oportunidades, e cresça em um ambiente seguro, tranquilo e com muito afeto.
Ao entendermos que a primeira infância é uma fase determinante na construção de hábitos saudáveis, os quais serão refletidos na vida adulta, uma alimentação apropriada deve ser estimulada desde então. Estudos mostram que os padrões de alimentação de bebês persistem por muito mais tempo do que se imagina e, dessa forma, os pais deveriam ser melhor orientados sobre a alimentação de seus filhos.
No primeiro ano de vida, a alimentação é fundamental para o desenvolvimento do bebê. O aleitamento materno exclusivo é preconizado mundialmente nos primeiros seis meses de vida e, após o sexto mês, a introdução alimentar complementar deve ser iniciada, de forma gradativa.
Os problemas alimentares podem já começar quando o bebê não recebe o leite materno ou não apresenta uma boa pega. O bebê que mama no peito geralmente respeita as curvas de crescimento e de ganho de peso adequadas. Além disso, o aleitamento materno apresenta reflexos positivos na vida adulta, diminuindo a incidência de sobrepeso, obesidade e diabetes, além de aumentar o coeficiente de inteligência e consequentemente das habilidades dos bebês quando adultos.
Com a introdução alimentar, os pais devem criar um ambiente agradável fazendo com que a hora da refeição seja um momento prazeroso e sem cobranças. Os primeiros alimentos incluídos no cardápio da criança devem ser diversificados, incluindo sempre frutas, hortaliças, carboidratos complexos e proteínas sem gordura. Se a criança a princípio rejeitar o alimento, ele deve ser oferecido novamente sozinho ou em outras preparações. Até os dois anos de idade os pais devem ter total controle sobre a alimentação da criança. E claro, os bons hábitos alimentares devem partir da família já que a criança aprende por imitação. É preciso entender que nosso paladar é diferente do paladar da criança. O que às vezes é sem graça ou azedo para nós, não é sentido da mesma maneira por eles, os quais não têm discernimento entre as comidas.
Atualmente, dados revelam que os alimentos açucarados e os industrializados estão cada vez mais frequentes na alimentação da criança e são oferecidos em ambiente domiciliar. O consumo precoce desses alimentos tem levado ao aumento da incidência de obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemia, câncer, entre outros, comprometendo assim o futuro dos pequenos. A falta de alimentos saudáveis também prejudica a capacidade de concentração, o bom desempenho escolar e no futuro estará ligada a problemas comportamentais e emocionais.
Devemos entender que todas as evidências têm mostrado que a alimentação adequada desde a primeira infância é fundamental para uma vida adulta saudável. Com toda a certeza, isso é um desafio para as famílias. No entanto, o que nos motiva é saber que todo o investimento dos pais nesta etapa será um legado para a vida toda da criança.