Nada melhor do que chegar em casa depois de um longo dia, dormir profundamente e acordar renovado no dia seguinte. Mas o sono não assume apenas esse papel revigorante, ele tem diversas outras funções essenciais para o nosso organismo.
O sono permite que o cérebro restaure os nutrientes essenciais (como o glicogênio) e remova produtos tóxicos gerados em nosso cotidiano. O sono reabastece nossas deficiências durante a vigília e é importante para a consolidação da memória.
Embora o cérebro tenha aproximadamente 2% do peso do corpo, ele usa cerca de 20% da energia corporal. A principal fonte dessa energia é a molécula de trifosfato de adenosina (ATP). Alguns produtos como a cafeína agem reduzindo a sonolência e aumentando o estado de alerta, portanto deve-se ter cuidado com a hora de seu uso e suas respectivas dosagens.
Mas qual o tempo necessário para o sono? A necessidade de dormir diminui com a idade. Durante os primeiros seis meses de vida, os bebês dormem mais de metade do tempo. Já os idosos, sendo saudáveis, toleram a sua privação do sono melhor do que os adultos jovens, mesmo que os medicamentos representem muitos dos problemas. Mais da metade dos acidentes de carro relacionados ao sono ocorrem em motoristas com menos de 30 anos, em comparação com apenas 5% nos motoristas com idade superior a 65.
Os homens que dormiam menos de 6 horas por noite encontraram o risco quatro vezes maior de morrer em comparação com aqueles que dormiam mais (embora este efeito não tenha sido observado em mulheres). Adultos saudáveis apresentaram diminuição do processo cognitivo diretamente proporcional ao sono, isto é, quanto melhor é o seu sono, melhor será a sua memória, concentração e raciocínio.
Um estudo mostrou que um cochilo durante 10 minutos melhora o estado de alerta e o desempenho cognitivo durante as 3 horas subsequentes, ao passo que uma soneca de 5 minutos é de pouco benefício. Se o seu dia é agitado, tente dormir depois do almoço por 10 minutos.
Trabalhos recentes mostram que a prevalência de insônia entre adultos dos EUA aumentou de 17,5% em 2004 para 19,2% em 2012. Os maiores aumentos relativos ocorreram entre diabéticos e aqueles na faixa etária de 25 a 34 anos. Estudos demonstram que adultos saudáveis restritos a quatro horas de sono por noite, por cinco noites, comeram mais alimentos e ganharam peso. Portanto, a insônia aumenta o risco de obesidade. Não adianta tentar dormir depois de 5 noites de insônia, pois as pesquisas mostram que isto não recupera o seu equilíbrio. É necessário noites seguidas de sono adequado para termos bom desempenho.
A privação do sono enfraquece o sistema imunológico. As pessoas que dormem menos de 7 horas por noite mostraram ser quase 3 vezes mais propensas a desenvolver um resfriado comum do que as pessoas que dormem 8 horas ou mais. Além disso, dificulta a tomada de decisões em condições de incerteza e mudança inesperada, onde se constatou a vigilância prejudicada associada à privação do sono. Este fator contribui para inúmeros riscos ligados a falta de sono, ou seja, nunca tome decisões se não dormiu bem. Além disso, as pessoas com grave insônia são propensas a sofrer depressão e melancolia. Por isso, é necessário uma mudança completa no estilo de vida para se corrigir quadros de insônia.
Aparentemente, a vida moderna tenta cada vez mais as pessoas a permanecerem acordadas por mais tempo para serem mais produtivas ou mais divertidas. A melatonina e o DHA de ácidos graxos ômega-3 podem ajudar algumas pessoas a dormir melhor mas, claramente, são necessárias outras mudanças comportamentais para resolver esse problema.
Creio que dormir bem é um dos grandes desafios da modernidade e que está ligado ao estilo de vida. Embora a média ideal de sono seja de oito horas, essa necessidade varia de um indivíduo para outro. Portanto, estabeleça um ciclo regular para dormir e acordar, observe e respeite o seu ritmo e tenha uma melhor qualidade de vida!