Beleza se põe à mesa?

imagem: envato

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Quase todo mundo já ouviu aquele ditado antigo proferido por nossos pais, avós, e até amigos: “beleza não se põe à mesa”.  A beleza pode atrair em um primeiro momento, porém somente as qualidades, a personalidade e o caráter da pessoa é que fazem um homem ou mulher belo ou bela.

Quando eu tinha uns 20 anos, tinha muitos complexos, e um deles era referente à beleza. Me sentia gorda, feia e pouco atraente. Para “driblar” essa falta de autoestima quase que total, só saía de casa se fosse excessivamente bem arrumada: roupa bonita, sapatos impecáveis, cabelos escovados e muita maquiagem.

Mesmo que as pessoas dissessem que eu era fisicamente muito bonita e até mesmo trabalhando com minha imagem, não me sentia assim. Alguma coisa havia sido estragada dentro de mim, mas isso é assunto para um próximo texto.

Lembro-me que nesta época eu estudava muito, afinal já trabalhava e precisava ser uma pessoa muito bem informada. Porém, o que me intrigava era ver a felicidade e a leveza das mulheres bem mais velhas que eu, aquelas de 35, 40 anos acima, sabe? Eu não entendia como elas riam, comiam o que queriam (eu não comia), bebiam refrigerante (que crime!) conversavam, cuidavam dos filhos e eram simplesmente FELIZES! Pior: como poderiam ser felizes com os cabelos bagunçados, maquiagem leve (apenas pó, batom e rímel) e por aí vai? Confesso que ver essas mulheres me passava uma sensação de segurança e tranquilidade.

Hoje, prestes a completar 37 anos, com duas filhas maravilhosas, um trabalho que eu simplesmente amo, alguma experiência de vida e muitas histórias para contar, afirmo com categoria: beleza não se põe à mesa! Agora sim, entendo aquelas mulheres!

A beleza é formada por um conjunto de fatores, mas para mim, o aspecto físico é o menor deles. Beleza ajuda? Sim! Até a primeira semana, depois, são outros fatores que influenciam a “boniteza” de uma pessoa.

A beleza é uma criação de Deus. Ser bonito não é errado. Várias pessoas na Bíblia eram bonitas e não foram condenadas por isso. A beleza de Ester, por exemplo, foi um dos atributos que conquistaram o favor do rei. Na Bíblia tempos de alegria estão associados à roupas bonitas e ao embelezamento. O problema é quando a beleza é usada para o pecado: para vaidade ou sedução. A Bíblia diz que isso é uma deturpação da beleza. Não devemos idolatrar a beleza nem usá-la para o mal. A beleza é passageira, não dura, mas Deus é eterno.

“A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada”. (Provérbios 31:30)

Beleza é um estado interior. É a nossa história, nossa bagagem. É tudo que construímos durante o caminho. É o que somos. É de onde viemos e para onde vamos. Quando estamos felizes conosco, com nossas vidas, nossas escolhas e, principalmente em comunhão com Deus, tudo dentro de nós fica maravilhoso e, como consequência, tudo reluz. O resultado é uma beleza indescritível.

A beleza física é privilégio das pessoas jovens, mas a beleza integral, aquela que nos engrandece e só aumenta, essa só o tempo traz. Portanto, a beleza é um processo que vem do amadurecimento, conhecimento, bagagem interior e autoaceitação. É como enxergamos o mundo e as pessoas. Os cabelos arrumados, a roupa e a maquiagem podem até contribuir no realce da beleza física. Mas se não formos pessoas completas, se não nos sentirmos plenas, seguras e, principalmente maduras, nenhum artifício será capaz de mudar e modificar o que pensamos e transmitimos através de nosso físico.

Como diz 1 Pedro 3:3-4: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus”.

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