Como vencer a síndrome do impostor?

Você sente a todo tempo que é uma fraude e que é apenas questão de tempo para todos descobrirem o que você está tentando esconder. Quando recebe um elogio, logo percebe a voz interna disparando pensamentos que dizem para si mesmo que, na realidade, aquilo não diz a verdade sobre as suas capacidades. Além disso, foge de avaliações, pelo intenso medo de ser criticado. Todos parecem certos da sua própria capacidade. O que é exatamente uma sensação desconhecida por você. Certo?

Consegue se identificar nessa descrição inicial? Então, provavelmente, você precisa conhecer a Síndrome do Impostor, ou também chamada de Fenômeno do Impostor por alguns estudiosos. Apesar de não ser reconhecida oficialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), esse comportamento tem atraído a atenção de muitos estudiosos e cientistas da área da  Psicologia. A razão do interesse acadêmico se dá  justamente pela frequência de atendimentos nos quais as características que definem esse fenômeno são observadas — autossabotagem, insegurança, necessidade de aprovação externa, incapacidade de atribuir crédito a si mesmo — são exemplos.

Essa síndrome é comum em ambientes competitivos, como em carreiras esportivas, contextos acadêmicos, como em Mestrados e Doutorados, além de outros espaços profissionais onde há estabelecimento de metas e avaliações. O indivíduo afetado por esse comportamento tende a esconder as próprias virtudes, procrastinar seus afazeres ou até evitar contextos de crescimento, pois antes mesmo de efetuar as tentativas, acredita não ser capaz de exercer o papel.

Mas, como quebrar esse ciclo? Aqui vai  algumas dicas que poderão te ajudar a melhorar esse comportamento:

  • Procure entender a raiz desse comportamento: a melhor maneira de romper com uma sequência de ações comportamentais é por meio do processo de autoconhecimento. Esse exercício permite que você analise os fatos passados de modo a procurar perceber os principais gatilhos que geram as reações vividas em seu cotidiano.
  • Analise os seus pensamentos: quando nos propomos a analisar os nossos pensamentos — como se estivéssemos olhando de fora — conseguimos pensar criticamente sobre o que ocupa a nossa atividade mental. Nesse sentido, você passa a questioná-los. Esse é um exercício muito comum feito em terapia e que nos ajuda a não acatar tendências de autossabotagem de maneira imediata.
  • Não espere as condições perfeitas: para os afetados pela Síndrome do Impostor essa pode ser uma das tarefas mais difíceis de serem colocadas em prática. O que explica o fato de que a procrastinação frequentemente aparece nos relatos dessas pessoas. Isso porque ao serem movidas pelo medo de não entregarem os resultados que desejam ou por não acreditarem serem aptos para concluir determinados projetos, paralisam as suas atividades. Por isso, experimente começar a executar uma nova ideia antes mesmo de concluir que é o tempo perfeito ou que está totalmente preparado. Já que, se você está influenciado por esse fenômeno, essa sensação pode nunca chegar. Planeje menos, execute mais.
  • Minimize a influência das redes: é comum que nos relatos dos pacientes “impostores” frases como: “ela parece fazer com tanta facilidade”; “vi na sua postagem o quão simples ela faz parecer fazer essa atividade”; “ela é sempre tão organizada com a sua agenda”. Essas impressões são formadas a partir de publicações que aparecem por segundos diante de uma tela de celular. Fragmentos da realidade externa, de repente, funcionam como régua para medir a sua própria capacidade profissional e intelectual. Portanto, quando precisar organizar o seu planejamento, procure o que faz sentido para sua realidade, ao invés de tentar seguir modelos prontos que aparentemente parecem estar funcionando para outras pessoas.
  • Busque ajuda profissional: existem fatores que influenciam no desenvolvimento da Síndrome do Impostor que necessitam da avaliação de um especialista. Por meio do processo de psicoterapia, os seus comportamentos serão avaliados de maneira completa, assim como suas reações e influências. Portanto, não hesite em procurar pela ajuda de um psicólogo, esse pode ser o caminho mais assertivo para a resolução desse problema.

Comece o ano com uma autoavaliação e mude o seu estilo de vida!

Michelle Branquinho

Psicóloga CRP 09/7474 – Especialista em Famílias, Casais, Gestantes e Sexualidade. Formação em Psicologia do Dinheiro, Hipnose Clínica e EMDR. Diretora e RT da Clínica Espaço Absolut Psicologia e Saúde. Instagram: @psimichellebranquinho Youtube: Psi Michelle Branquinho

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