O cristão e a cultura do cancelamento

Na internet, ídolos são criados e destruídos na mesma velocidade. O mesmo público que pode celebrar com milhares de curtidas uma simples foto é capaz de apedrejar por um erro público. Esse tipo de comportamento, que tornou-se conhecido como a “cultura do cancelamento”, transforma um ato considerado errado, registrado em vídeo ou por foto e postado na internet, amplificado e comentado pela massa.

O “cancelamento” ataca a reputação, ameaça a imagem, emprego, meios de subsistência e até a segurança do cancelado. Quem pede um cancelamento pode estar fazendo um julgamento precipitado e o cristão sabe que quem condena outra pessoa pode estar condenando a si mesmo. Veja o que Jesus nos alerta: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.” (Mateus 7:1-2).

Além disso, essa cultura descarta o debate saudável, impondo ao agente de forma imediata uma sanção que não possui o viés de educar ou reintegrar, mas apenas excluir.  As pessoas canceladas, ainda que de fato erradas, não têm a chance de se redimir, além de poder sofrer um dano psicológico severo e irreparável.

O apóstolo Paulo fez uma séria advertência sobre isso: “Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não pôr pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.” (Romanos 14:13).

Quem cancela o outro, além de impor um ideal inalcançável, se coloca também na posição de juiz, que não lhe cabe. “Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?” (Tiago 4:11-12).

Portanto, um cristão autêntico não aponta dedo e não condena. Sendo possível, acolhe e ensina. “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.” (Efésios 4:32).

Felizmente, a boa notícia é que Jesus não cancela ninguém. Com Ele, erros são tratados, feridas são curadas e as pedras são guardadas. “Pois Ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.” (Colossenses 1:13-14).

Janaína Depiné da Luz

Consultora de etiqueta, jornalista, evangelista e autora do site: elegantesempre.com.br - Contato: @elegantesempre

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