Amamentação: é preciso falar

O nascimento de um bebê é um momento delicado para todos, independentemente da classe social ou cultural e da forma como as pessoas o encaram, sempre há uma mudança brusca de vida e uma grande responsabilidade.

Para algumas mães a amamentação será tranquila e bem estabelecida. Umas terão dificuldades, outras estarão impossibilitadas, seja por problemas maternos ou ainda com o bebê. Há ainda as mães que não desejam amamentar. Em todas as situações, essa mãe precisa ser acolhida, respeitada e amparada.

A amamentação não é um processo inato. É uma aprendizagem para a mãe e para o bebê. Há uma frase do pediatra Dr. Jack Newman, que esclarece: “Bebês só aprendem a mamar MAMANDO e mães só aprendem a amamentar AMAMENTANDO. No início, as mamadas são mais frequentes, o que deixam os pais preocupados, imaginando que a mãe não tem leite. Nessa fase o colostro está presente em pequenas quantidades, mas que é o suficiente para esse momento da vida do bebê, em que o estômago comporta apenas de 5 a 7 ml no primeiro dia de vida. Essa quantidade vai aumentando gradativamente. A descida do leite acontece por volta de 72 horas após o nascimento do bebê.

O fundamental é garantir que o bebê realize, desde as primeiras mamadas, uma pega correta e seja capaz de extrair o leite da mama. Amamentar não dói e não fere os mamilos, desde que o posicionamento e o encaixe da boca na mama esteja correto.

Como consultora em amamentação, vivendo várias situações, vejo que o aleitamento materno depende de muitos fatores, e que muitos deles podem ser resolvidos se a mãe for bem orientada.

O primeiro passo é entender que a amamentação é um processo que envolve dedicação exclusiva, paciência e apoio emocional. Tudo interfere nesse processo: as crenças, os palpites, as dificuldades e limitações específicas da mãe e/ou bebê, o volume de leite produzido, a necessidade ou não de complemento com leite artificial e a via que será feito o complemento (seringa, colher, copinho, translactação, mamadeira), caso necessário.

Quando o resultado não é positivo, a mãe sente-se muito frustrada e angustiada.  O importante é que a relação mãe-bebê seja bem estabelecida e cheia de amor. Cada um sabe o que consegue enfrentar.

Meu conselho para as mamães é: viva o momento, exponha suas dúvidas ao pediatra ou para uma consultora em amamentação. Converse com outras mães, entenda que a dificuldade não é só sua e não faça comparações, pois cada dupla é única.

Feliz dia das mães!

Valdirene Pimenta

Fonoaudióloga - CRFª 5 – 1316. Especialização em Linguagem e Fonoaudiologia Hospitalar. Consultora em Amamentação

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