Conheça melhor a geração y e as estratégias para liderá-la no trabalho

A geração Y nascida entre 1978 – 1989 foram educadas com diversas atividades diárias, pois seus pais trabalhavam o dia todo e se preocupavam com o futuro dos filhos. Muitos estiveram na escola desde o momento em que completaram quatro meses de idade, quando acaba a licença maternidade. Raines (2000) acrescenta que são filhos de geração de mães independentes emocional e financeiramente e possuem uma vida profissional ativa, por isso acabaram sendo criados pelos profissionais das creches ou por avós.

São pertencentes à famílias que tem como objetivo preparar seus filhos para o futuro, por isso a “agenda” da infância era determinada por muitos afazeres, como cursos de idiomas, esportes e outras tarefas que preenchem o dia-a-dia, no entanto, se esqueceu de achar um tempo para o ser criança.

Essa geração cresceu em tempos prósperos, não tem problema com a diversidade e foi a primeira a ser criada em forte contato com a tecnologia. Tendem a serem mais questionadores, mais conectados e mais empreendedores. Possuem grandes expectativas e buscam em seu trabalho um significado (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). São extremamente informados, mas também possuem um componente importante de alienação, pois ainda não conseguem ou não sabem lidar com toda essa informação de forma produtiva.

São profissionais que almejam reconhecimento, foram acostumados a receber feedback, e com isso ficaram impacientes querendo a todo momento saber o que as pessoas pensam deles, e principalmente ser reconhecido e recompensado pelos resultados obtidos. Não são leais as organizações e almejam a qualquer preço ascensão rápida de carreira, não gostam de ficar muito tempo ocupando o mesmo local. São criativos, inovadores, detestam burocracia e hierarquia. Para eles os gerentes CEOS, presidentes e diretores da organização, merecem o mesmo respeito que seus colegas de trabalho.

Loiola (2009) pontua que elas esperam do líder a explicitação do papel que necessitam desempenhar, porém, não querem cobranças. Possuem capacidade de resolver os problemas e buscam o reconhecimento. Raines (2000), acrescenta que como profissionais possuem o desejo de trabalhar e aprender, não demonstrando medo do risco de demissão, fator que faz com que busquem o máximo de conhecimento das empresas nas quais estão atuando em determinado momento.

Para Oliveira (2009) as pessoas dessa geração são mais fáceis de serem recrutadas, uma vez que buscam trabalhar com liberdade, flexibilidades e criatividade, sentindo ainda, necessidades de avaliações contínuas. Além disso, Engelmann (2009) enfatiza que não respeitam cargos ou currículos, mas demonstram admiração por competência real e comportamento ético.

Esse é o perfil da geração Y.  Sabendo disso, as empresas querem saber como lidar com esse profissional. Dessa forma, veja abaixo algumas estratégias:

  1. Seja um mentor:os Y estão procurando relacionamentos significativos e pessoais. Se você for um mentor, pode ajudá-los a se sentirem valiosos e colocá-los na direção certa. Eles ainda são jovens e flexíveis; você pode modelar o comportamento profissional e expectativas no local de trabalho, demonstrando como uma tarefa deve ser executada em detalhes.
  2. Utilize técnicas do Coaching: não adianta falar para esse profissional que está errado. “Faça perguntas fortes, que possam colocar a proposta dele em xeque. Conforme for respondendo, perceberá que sua ideia pode estar mal fundamentada e procurará se informar e preparar melhor”. Mas, se responder a todas as perguntas de forma produtiva, pode ser que tenha encontrado uma nova estratégia.
  3. Busque ouvir a equipe: a geração Y foi ensinada a posicionar se estiver descontente ou se algo precisar mudar. Eles têm uma audácia que as gerações anteriores muitas vezes não têm, especialmente no local de trabalho. Então, peça a opinião deles em reuniões. Eles têm coisas importantes a acrescentar. Nem todas as suas ideias serão convencionais. Eles podem ser rápidos para oferecer ideias que podem realmente melhorar a empresa.
  4. Apresente planos de carreira: não é uma questão apenas de transparência. O vislumbre de um futuro promissor é um dos pontos que mais atrai a geração Y e, portanto, o plano de carreira destes profissionais deve ser apresentado de maneira clara. Informando as possibilidades de desenvolvimento dentro da empresa, quais as competências e habilidades necessárias para o crescimento profissional. Vale ressaltar que se a empresa não tem oportunidades de crescimento, esse profissional não permanecerá por muito tempo, logo pedirá demissão.
  5. Feedback: é fundamental que o líder dê feedback do trabalho executado. Querem saber onde estão errando e onde estão acertando e usarão essa informação a favor do próprio desempenho e, consequentemente, a favor da empresa. Mas, não se esqueça de pedir feedback, pois vão querer posicionar quanto a sua postura como líder. Lembre-se que essa geração sempre estará avaliando o comportamento do seu superior imediato.
  6. Seja coerente e ético: a geração Y busca por líderes coerentes e éticos, pois existem diversas vantagens: confiança por parte dos colaboradores; maior autonomia das equipes; mais segurança no trabalho que realiza; desenvolvimento pessoal de cada profissional; satisfação de seus liderados; evita estresses e sentimento de injustiça. Líderes coerentes e éticos são essenciais para o sucesso de qualquer equipe.

Vale analisar que o profissional da geração Y tem comportamento proativo, e que  e está sendo ofuscado pela ansiedade e falta de direcionamento. No entanto, não tenha medo de demitir um jovem e estar perdendo a grande oportunidade de ter um Mark Zuckerberg (é um programador e empresário norte-americano, que ficou conhecido internacionalmente por ser um dos fundadores do Facebook, a rede social mais acessada do mundo) dentro da sua equipe. “Uma empresa não precisa se apegar e achar que tem de aguentar até as últimas consequências”.

Então é fundamental que seja trabalhado o feedback para que a ‘rebeldia’ seja canalizada em eficiência. No entanto, se a postura é reativa, não vale o esforço. “Se você percebe que é um jovem que reclama de tudo, com uma postura sempre reativa, você terá uma maçã podre na equipe”. “Demitir é a melhor opção para que a pessoa se encontre em uma empresa com seu perfil e não prejudique o time”.

Se preparem para administrar a Geração Z, em algumas empresas esses profissionais já estão assumindo cargos de liderança.

Dielly Alves Rivas Parreira

Psicóloga, Especialista em Psicopatologia: subsídios para atuação clínica (Depressão, Transtornos de Ansiedade, Pânico, Alimentares, TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo e demais disfunção de comportamento). Pós-graduada em Gestão de Pessoas, Especialista em Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva e Formação em Coaching Executivo.

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