Dentinho novo? E agora?

Há aproximadamente três décadas, um movimento entre profissionais da saúde, incluindo a Odontologia, busca compreender, comprovar e aplicar o conceito e a importância dos primeiros 1.000 dias de vida da criança. Começando na vida intrauterina até os dois anos, observa-se que algumas atitudes assertivas dos pais na formação de hábitos de seus filhos, influenciam a longo prazo, o crescimento e o desenvolvimento do bebê, impactando positivamente a saúde. Por esse motivo, nota-se a relevância do pré-natal médico e odontológico, assim como o acompanhamento profissional ao longo da primeira fase da infância.

Nessa janela de oportunidade, surgem alguns eventos que, por vezes, provocam ansiedade e preocupação, principalmente às mães e pais de primeira viagem. A erupção da dentição decídua, ou como é mais conhecido, “os dentes de leite”, pode vir acompanhada de desconforto, episódios de mal-estar, hiper salivação e até febre.

Em algumas crianças, os sintomas podem ser mais intensos e em outras quase imperceptíveis. Em geral, o início do surgimento desses dentinhos se dá por volta dos seis meses de idade, sendo os dentes inferiores anteriores (os da frente) os primeiros a aparecerem.

Frequentemente ocorre um abaulamento no arco gengival, que pode ou não ser acompanhado de sinais e sintomas inflamatórios – inchaço, vermelhidão e dor. Nesses casos, nunca devemos medicar a criança por conta própria.

O uso de mordedores e massageadores, é uma ótima estratégia para dar alívio. Colocar os mordedores higienizados, dentro de um recipiente próprio e armazená-lo na geladeira, pronto para os momentos de choro e mãozinha na boca, pode resolver a questão. Já o excesso de salivação, geralmente coincide com a época de amadurecimento das glândulas salivares e não precisa ser motivo de preocupação.

No caso de febre (é interessante destacar que nunca a erupção desses dentes provocará febre alta), no máximo um estado febril, mas caso aconteça, procure o médico, pois o motivo da febre precisa ser investigado. Pomadas anestésicas devem ser evitadas, pois elas podem provocar incidentes indesejáveis e mesmo aquelas indicadas aos bebês, não têm efeito duradouro.

Atualmente, a indicação do laser de baixa potência, aplicados por odontopediatras preparados para realizar tal procedimento, pode ajudar nos casos de maior irritação e desconforto inflamatório na criança. O final da erupção dos 20 “dentes de leite”, se dá por volta dos dois anos e  oito meses a 3 anos.

Assim, as orientações de amamentação e nutrição que irão influenciar a saúde bucal do bebê, podem ser feitas desde o período de vida intrauterina pelo(a) Dentista. Após o nascimento, o(a) odontopediatra deve ser consultado(a) para avaliação e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crânio, face e todo sistema ligado à boca. Deve-se também fazer a primeira consulta pelo menos quando surgir o primeiro dentinho, para que não se perca a oportunidade de promover saúde e prevenir doenças.

Graciela Lustosa Rege Botelho

Odontopediatra - CRO GO 3379 / Membro e Professora no Ministério Infantil da Primeira Igreja Batista em Goiânia. Contatos: gracielabotelho1@gmail.com. (62) 9 9142-4518

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