O cordão de três dobras: aliança e compromisso

No momento da criação do mundo, o Senhor afirmou: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18), por isso viver sozinho não é o ideal de Deus para a maioria das pessoas. A Bíblia é bem clara, melhor é serem dois do que um. Veja o que está escrito no livro de Eclesiastes:

“Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade”. (Eclesiastes 4:12).

O rei Salomão, autor de Eclesiastes, afirma que se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão, ou seja, um cordão com dois  fios aguentará uma tensão maior do que aquele que só tem um. Porém, ao acrescentar-se uma terceira dobra, ele fica ainda mais resistente! Se há benefícios em ser dois, há muito mais em ser três!

Nessa passagem, Salomão não estava se referindo especificamente ao casamento, ele descreve o relacionamento de um modo geral. Interessante destacar que em qualquer relação, a terceira dobra poderia ser mais uma pessoa, contudo, quando examinamos a revelação bíblica, descobrimos que a presença de Deus, cultivada todos os dias, deve ser a terceira dobra desse cordão.

Assim como Deus estava diariamente com Adão e Eva no Éden, Ele também deseja participar do nosso relacionamento nos dias atuais. O Senhor almeja participar do casamento de forma direta e interativa. A Palavra de Deus ensina que devemos construir um relacionamento com a bênção de Deus e não apenas com a nossa própria força e capacidade (Salmos 127:1).

Quando de fato entendemos a importância do cordão de três dobras em nosso relacionamento, compreendemos o poder da aliança e do compromisso. Aliança, no contexto bíblico, significa pacto, conserto ou testamento. Interessante que o termo aliança, no hebraico “berity”, é utilizado para definir o pacto Divino entre Deus e os homens. Refere-se a um princípio da antiguidade, de ratificar uma aliança com sangue (Hebreus 9:18-20).

Dessa forma, a aliança é considerada o nível mais elevado de compromisso que se pode obter entre os homens e também entre Deus e os homens. Ela é permanente, indissolúvel, inalterável e não pode ser revogada.

No casamento a aliança é um compromisso irrevogável que o casal assume diante de Deus e dos homens, de fidelidade mútua, até que haja a inevitável separação física por meio da morte. Portanto, aliança é um compromisso que sustenta a relação conjugal diante dos sentimentos e das circunstâncias.

Como nos relacionamentos humanos há vulnerabilidades e falhas, é de suma importância que o casamento tenha uma base sólida de sustentação em Cristo diante da rotina que fatalmente o casal será submetido. Essa base de sustentação do relacionamento conjugal é exatamente o compromisso que o casal assume um com o outro.

Para muitos, o termo “compromisso” soa apenas como um peso de responsabilidade e proibição, porém, em um relacionamento de aliança há também benefícios a serem desfrutados. Não é por acaso que as palavras ditas nos votos no dia do casamento, de fidelidade na alegria ou na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza.

Tendo em vista que qualquer um dos cônjuges poderá ser acometido de uma dessas infelicidades, nesse relacionamento de aliança, ambos poderão usufruir desse benefício do compromisso de não ser descartado ou abandonado pelo outro.

Ele respondeu: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’
e disse: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne”? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe”.
(Mateus 19:4-6).

Cristian Roberto Leites e Juliana Patrícia Haach Leites

Pastores na Igreja Batista da Lagoinha em Capão da Canoa no Rio Grande do Sul. Contato: (51) 98583-6020

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