Papagaio come milho, periquito leva a fama

Com certeza você já deve ter ouvido esse ditado: “papagaio come milho, periquito leva a fama”. Quantas vezes você já respondeu algo sem dizer sequer uma palavra? É mais ou menos aquele velho ditado: “quem cala consente”, mas se seu silêncio for por uma informação falsa, não importa o quanto fique calado, mentira é sempre mentira.

Não vamos falar sobre você, falaremos sobre seu amigo, ok? Certamente você, quer dizer, ‘seu amigo’, já se deparou com uma situação onde foi honrado ou recebeu os créditos por ter feito algo, escrito algum texto, organizado um evento, entre outras possibilidades. É super gratificante quando alguém reconhece nosso trabalho e esforço, afinal, merecemos aquilo! Mas, e quando sabemos que não foi nosso ‘amigo’ que fez aquilo e ele simplesmente balança a cabeça, dá um leve sorriso no canto do rosto e recebe os méritos? Isso quando não descaradamente mente!

O problema não está em receber as honras, mas sim em receber aquilo que não é seu, e mesmo sem dizer nada, mentir concordando com tudo.

Vivemos num mundo onde as ideias são frenéticas. Nunca paramos de produzir e nem de buscar inovação, porém o tal do “nada se cria, tudo se copia”, tem sido cada vez mais problemático. Escuto diversos comentários sobre escritores e pregadores que tomam posse de frases que não são deles, trabalhos de TCC’s que foram copiados e não se deram ao menos o trabalho de mudar a data de formatação! 

Talvez você também já tenha ouvido que “brasileiro sempre quer levar vantagem em tudo”, certamente não apenas ouviu, mas viu seu ‘amigo’ levar vantagem em algo, e são sempre aqueles velhos hábitos: furar uma fila, não devolver o troco que veio a mais, burlar a sinalização para ficar na frente de todos no trânsito, colar em provas, e a mais velha de todas: fingir estar dormindo na cadeira preferencial do ônibus.

Tudo isso revela muito sobre nosso caráter, mostra o quanto nos achamos melhores e superiores aos outros, e, ainda que muitos dos leitores sejam cristãos, acabam por se esquecer ou desconsiderando o que o Apóstolo Paulo disse em sua carta aos Filipenses:

Nada façais por contenda ou vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”. (Filipenses 2:3-4).

Pode ser comum querermos levar vantagem em tudo, assim como diz o ditado, mas de forma alguma é normal, isso apenas mostra o quanto não trabalhamos com o sistema de empatia, não paramos para pensar nas necessidades do próximo. Precisamos rever nossos conceitos.

Diante de tudo o que vejo, concordo com o que Sigmund Freud falava sobre sermos sintomáticos, pois estamos apenas externando o que há dentro de nós. É como se estivéssemos gripados: quando estamos doentes temos coriza nasal, tossimos e nos sentimos fracos, mas isso é apenas a parte de fora, é apenas a ‘revelação’ do que está dentro de nós, ou seja, quando furamos uma fila, mentimos, nos apropriamos de algo que não é nosso, etc, estamos apenas revelando o quanto ainda estamos doentes e somos dependendo da revelação do caráter de Cristo em nós.

Por isso, finalizo te aconselhando a ser mais empático e a lembrar sempre de olhar para alguém que tem necessidade, falhas, boas qualidades e a mesma necessidade que você. Precisamos de redenção e cura no caráter através da transformação vinda pelo caráter de Cristo.

Fernando Henrique de Castro

Líder de adolescentes, estudante de Teologia e Psicologia, artista plástico e editor de vídeos.

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