Dicas para uma saúde diária em casa

Passaram-se as festas de final de ano. Consumiu-se muito peru, leitoa, rabanada e outras gorduras com frituras e carboidratos, comuns em qualquer confraternização que se preze. Agora é hora de arregaçar as mangas. Nenhum momento seria mais ideal para se tomar uma resolução quanto a nossa saúde do que no início do ano, onde nos deparamos com o novo. E que tal essa resolução ser a de bons hábitos?

Muitas doenças ocorrem por exposição a fatores de risco. Elas podem não ter cura, porém podem ser muito bem controladas, dispensando-se até mesmo remédios. Para isso, basta mudar hábitos de vida em sua casa e no seu dia-a-dia.

Hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto, por exemplo, podem provocar o infarto do coração ou o derrame cerebral. Aparentemente é mais fácil tomar uma medicação, mas não se engane, exercitar-se com regularidade e ter uma dieta balanceada contribuem de forma mais eficaz para o bom equilíbrio de nosso corpo.

Você não precisa torna-se um atleta, apenas ter uma vida mais ativa. Caminhar de três a cinco vezes por semana, de quarenta minutos a uma hora, já se constitui em uma estratégia de proteção ao seu coração, cérebro e vasos sanguíneos. Aumentando a intensidade e duração dessas caminhadas, podemos ter boas surpresas em nosso peso. Caso sua desculpa seja a de tempo insuficiente pelo trabalho ou por ter que cuidar dos filhos, experimente subir e descer escadas de prédios nos quais você necessite entrar, ou deixe seu carro quatro quarteirões distantes da padaria, da farmácia, do banco, da escola ou de qualquer outro estabelecimento para o qual você tem costume de ir. Está cientificamente provado na literatura médica que isto acrescenta anos saudáveis de vida em nossa existência.

Sua rotina ficará ainda mais agradável quando agregada a exercícios funcionais de fortalecimento. São circuitos de apoio, polichinelo, remada, prancha, agachamento, abdominal, que proporcionarão tônus para os seus músculos e força para as articulações e ligamentos, e como consequência você terá um menor risco de lesão osteomuscular. E sabe o que é melhor? Esses exercícios prescindem de equipamentos de uma academia e podem ser feitos no conforto de sua casa.

E quanto à alimentação? Lembre-se de priorizar vegetais e fibras. Gorduras animais, enlatados e embutidos, massas e doces devem ser consumidos com muita cautela. As verduras verdes e folhosas auxiliam na redução do colesterol e previnem o câncer do intestino. A restrição de sal para até 4 gramas por dia representa uma grande arma no controle da pressão sanguínea. Geralmente, tudo que é gostoso faz mal, porque nós não nos contentamos com pouco. Quem consegue comer apenas dois ou três pães de queijo quentinhos da vovó? Pois é, somos capazes de comer mais de dez e ainda assim não estaremos saciados, levando para o nosso corpo uma enormidade de calorias, sódio e colesterol ruim.

E, por falar em avós, vem o questionamento: por que as pessoas mais velhas, mesmo comendo tanta gordura de porco, muitas vezes fumando e caminhando tão pouco por lazer, viviam e vivem por tão mais longos anos? A resposta mais sensata compreende uma atitude para a qual deveríamos nos voltar novamente, e que não requer uma quantidade incomensurável de recursos.

Acordar e dormir mais cedo, alimentar-se dos produtos de uma horta orgânica e do frango caipira sem hormônios, não ter pressa, contemplar os pequenos e maravilhosos momentos da vida como o desabrochar de uma rosa ou o esfuziante pôr-do-sol, ouvir as estórias dos mais experientes, etc. Tudo isto já nos foi ensinado por Jesus Cristo em Seu eloquente Sermão da Montanha:

“Olhai para os lírios do campo, como eles crescem… E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”. (Mateus 6:28,29)

Com essas pequenas atitudes, aprendemos a lidar com o estresse, que é o grande mal da vida moderna e que acarreta ansiedade, depressão e toda sorte de distúrbio psicossomático.

E então? Podemos começar 2019 sob uma perspectiva mais saudável?

Dr. João Marcelo Cavalcante Kluthcouski

Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, com residência em clínica médica e cardiologia pela mesma instituição. Membro do corpo clínico do Hospital das Clínicas de Goiânia e da Clínica Cardioprime

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