Transtorno Bipolar

O Transtorno Bipolar é uma doença crônica que ocasiona oscilações de humor de forma rápida, variando da depressão à euforia (mania/hipomania). É uma enfermidade que afeta cerca de 5% a 10% da população mundial, atingindo igualmente homens e mulheres (ABTB, 2013)[1]. O início da doença ocorre geralmente na adolescência (entre 15 e 19 anos), e raramente surge após os 50 anos.

A causa exata do Transtorno Bipolar ainda é desconhecida, mas há estudos que evidenciam as condições biológicas, o desequilíbrio dos neurotransmissores, as variações hormonais exacerbadas e a hereditariedade como fatores que podem influenciar a doença. A Bipolaridade também pode ser provocada por fatores sociais ou emocionais e traz sérias consequências para a vida do paciente e daqueles que o rodeiam, principalmente a família.

Os sintomas, em geral, variam de acordo com o nível da doença, mas vem acompanhado de características, como: mania / hipomania, facilidade em distração, redução do sono, capacidade de discernimento diminuída, pouco controle do temperamento, compulsão alimentar, uso excessivo de bebidas ou drogas, relações sexuais com muitos parceiros, gastos excessivos, hiperatividade, aumento de energia, pensamentos acelerados que se atropelam, fala excessiva, autoestima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades), grande envolvimento em atividades e grande agitação ou irritação.

Além disso, a Bipolaridade pode trazer alguns sintomas da depressão, como: desânimo diário ou tristeza, dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões, perda de peso e perda de apetite, fadiga ou falta de energia, sentimento de inutilidade, falta de esperança ou sentimento de culpa, perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas, baixa autoestima, pensamentos sobre morte e suicídio, problemas para dormir ou excesso de sono e afastamento da família e dos amigos.

Interessante destacar que o Transtorno Bipolar se desenvolve em ciclos, que pode ir da mania (euforia) ou hipomania (euforia branda), depressão leve ou profunda ou estados mistos (humor agitado, ansioso e raivoso).  A intensidade, a duração e a manifestação desses prognósticos variam de pessoa para pessoa.

Existem diferentes tipos de Transtorno Bipolar. São eles:

  • Transtorno Bipolar do tipo I: inclui um ou mais episódios de mania ou episódios mistos. A maioria das pessoas também têm sintomas depressivos.
  • Transtorno Bipolar do tipo II: inclui pelo menos um episódio de hipomania e um episódio de depressão.
  • Ciclotimia: inclui hipomania e sintomas depressivos leves (não propriamente um episódio de depressão), que são experienciados em um período de pelo menos dois anos.

O diagnóstico da Bipolaridade é de caráter clínico, realizado exclusivamente por um médico, que pode solicitar exames hormonais, sanguíneos ou afins para verificar se a doença gerou algum comprometimento em demais áreas. Como a sua detecção é clínica, pode demorar até 10 anos para ser completamente definida.

O tratamento para essa doença pode ser de três formas:

  • Farmacológico: prescrito por médico psiquiatra, tratando com medicação a estabilização do humor.
  • Psicoterapia: esse tratamento procura fornecer informação, orientação e motivação em um ambiente de apoio e confidencial, gerando aprendizado e modificação de pensamento e comportamento inadequado ou negativo associado à doença.
  • Psicoeducação: propõe ensinar as pessoas com Transtorno Bipolar a respeito da doença e seu tratamento, além de como reconhecer os sinais de recorrência, de modo que se possa procurar uma intervenção imediata antes que ocorra um episódio franco da doença. A psicoeducação também pode ser indicada para os membros da família.

Se você tem um amigo ou parente que está lutando com Transtorno Bipolar ou depressão, saiba que o seu apoio é parte importante no processo de melhoria e recuperação do paciente. O tratamento para o transtorno de humor funciona, e a maioria das pessoas portadoras podem voltar a levar uma vida produtiva e estável.

Continue trabalhando com seu ente querido, juntamente com os provedores de cuidados de saúde para encontrar os tratamentos que funcionam. Mantenha-se informado sobre essa doença e tenha sempre o pensamento positivo em Deus de que as coisas vão melhorar! O otimismo, a esperança, a fé e a confiança sempre ajudam na não propagação de doenças!

[1] Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, 2013.

Dra. Rúbia Santana Cordeiro de Toledo Batista

Graduada em Psicologia, Pós-graduada em Gestão de Pessoas e Organizações. Tem experiência em Gestão de Pessoas e Treinamento de Pessoal. Está na IBR desde 2009.

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