O que você tem é realmente depressão?

Mesmo com uma vida repleta de alegrias, podemos nos deparar com alguns momentos de desânimo, irritação, frustração e tristeza. São sentimentos normais em nossa vida, mas muitos acabam denominando de depressão. No entanto, quando esses sentimentos ruins duram muito tempo ou são muito recorrentes, eles podem indicar que tem algo errado. Precisamos entender o que é realmente a depressão, para saber diferenciar esses sentimentos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos de depressão cresceram 18% em dez anos. Até 2020, será a doença mais incapacitante do mundo.

Mas, como saber se o que está errado é só um momento ruim ou o que você tem é realmente depressão? É comum associarmos a depressão somente à tristeza e variações de humor, mas a diferença é que enquanto a tristeza é passageira, a depressão é duradoura. A depressão é caracterizada pela diminuição de interesse e prazer pela vida, causando angústia e prostração. Apesar de parecer a doença do século, a depressão acompanha a humanidade ao longo de toda sua história.

Em Mateus 4: 23, 24 está escrito: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. E sua fama correu por toda a Síria, trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos, endemoniados, lunáticos e paralíticos. E Ele os curou”. Desde o tempo de Jesus já se falava em depressão: “acometidos de enfermidades e tormentos(…), lunáticos”.

Atualmente, há muitos estudos sobre a depressão. Sabe-se que fatores genéticos podem aumentar a predisposição à doença, associados a gatilhos externos, como traumas, luto, desemprego ou doenças. Ambientes de competição constante, falta de afeto e empatia entre as pessoas também são gatilhos para o aparecimento da doença.

A falta de exames dificulta o diagnóstico, porém, existem manifestações físicas como desânimo e fadiga, sonolência excessiva, dores pelo corpo, tensão nos ombros ou na nuca, pressão no peito e várias outras. Desequilíbrio metabólicos ou hormonais podem predispor a pessoa à doença que, podem ter pensamentos negativos constantes, sentimento de culpa, sensação de inutilidade e baixa autoestima. Esses sintomas devem ser investigados.

A depressão é um resultado de uma interação entre fatores sociais, psicológicos e biológicos.

Podemos pensar em algo como uma teia: quando se mexe em um lugar, toda ela é balançada. Apesar de ser muito importante entender quais são os sintomas da depressão, quando os sintomas característicos da doença persistem por duas semanas, pode ser o caso de procurar ajuda médica. Para o indivíduo depressivo, tudo é mais difícil, incômodo e sofrido.

Existem outras ligações relacionadas à depressão, e a ansiedade é uma delas. Há estudos que mostram a frequência em que ambas ocorrem ao mesmo tempo. A maioria dos casos de ansiedade desenvolvem depressão, e por isso saber diferenciar faz toda a diferença para a sua saúde mental.

Em geral, ansiedade e depressão são condições que merecem atenção adequada e, geralmente, exigem tratamento a longo prazo. A boa notícia é que a depressão é controlável e a adesão ao tratamento indicado pelo médico ajuda a reverter os sintomas e devolver a alegria e disposição. O tratamento completo para a depressão envolve sessões de terapia psicológicas e mudanças de hábito, como: realizar atividades físicas regularmente, manter um período de sono satisfatório e adotar uma alimentação equilibrada. O apoio dos familiares é imprescindível para a recuperação e prevenção de novas crises.  Praticar a empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro, é uma das formas de dar apoio às pessoas que sofrem com a depressão.

Após ter sido diagnosticado com depressão, é muito importante que a pessoa mantenha regulares visitas ao psiquiatra, bem como uma terapia psicológica, pois na maioria das vezes o tratamento envolve o uso de medicações. Profissionais relatam que 1/3 das pessoas que estão em tratamento interrompem com a medicação após perceber uma melhora. Manter o tratamento pelo tempo determinado pelo profissional é muito importante, pois as consequências podem ser negativas com maiores chances de haver recaídas e o problema piorar.

A primeira coisa a faz é se informar, tanto a pessoa, quanto os familiares devem saber o que está sendo feito, dos riscos que existem, dos benefícios e o prognóstico a longo prazo.

Superar o medo e desenvolver uma capacidade de enfrentar o problema é possível, por isso é muito aconselhado que a pessoa procure alguém, converse sobre o que está sentindo e a partir daí seja encorajada a procurar ajuda.

Eliane Sousa

Graduada em Psicologia pela Universo-Go e Diaconisa na IBR.

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