Uma vida fértil

A região Centro-oeste brasileira é hoje um celeiro agrícola. A agronegócio floresceu graças à pujante agricultura e pecuária praticadas por essas bandas, mas nem sempre foi assim. Há cerca de meio século atrás, os efeitos da chamada revolução verde se tornaram evidentes por aqui, mudando gradativamente o cenário do cerrado.

A revolução verde foi a adoção de pacotes tecnológicos que envolveu o uso de maquinário pesado para preparo do solo, uso intensivo de defensivos e fertilizantes, aliados à pesquisa e extensão rural. Desta forma, um solo plano e agricultável, mas ácido e pobre em nutrientes, deu lugar a grandes plantações e rebanhos, graças à correção química desses solos e sua fertilização.

Com a irrigação, até culturas que antes só prosperavam em regiões de clima frio, uma vez adaptadas e cultivadas em certos períodos do ano, passaram a ser bem-sucedidas por esses rincões, como trigo e uva. Onde quero chegar com essa conversa? O segredo está na fertilização, no preparo e na criação de condições para que haja abundância e prosperidade. Nós também, alguns pelas experiências trazidas da infância ou mesmo com as provações e privações que a vida nos reserva, somos ou nos tornamos como terra seca, árida e estéril.

Esta infertilidade gradativa é, na maioria das vezes, um processo lento e quase imperceptível, como os desertos que vão se formando em meio às lavouras degradadas, pelo mau uso do solo. De repente, percebemos que nós nos tornamos improdutivos, indiferentes e frios, como se isto, por isto só já não fosse uma tragédia pessoal. Aos poucos vamos perdendo nosso poder de influência, nossa capacidade de interferir positivamente nas circunstâncias à nossa volta envolvendo amigos, familiares e irmãos de fé.

É nesse momento que precisamos ter a humildade e a honestidade de enfrentar uma autoanálise e despertarmos nossos sentidos, aguçarmos nossa visão, aprofundarmos nossas raízes e nos alimentarmos de fontes nutritivas. Quase sem perceber nos tornamos cegos tentando guiar outros cegos, sal quase insípido, tênue luz.

Vivemos um tempo onde muito lixo nos é apresentado em várias mídias. Em contrapartida, muito alimento sólido e fertilizante nos tem chegado às mãos, aos ouvidos e aos olhos. Livros excelentes, filmes edificantes, muitos ensinamentos provenientes de líderes usados pelo Espírito Santo, centrados na Palavra, sem falar de pessoas maravilhosas ao nosso redor, com as quais sequer buscamos ter comunhão. As distrações do mundo também fervilham tentando nos enredar e consumir nosso tempo e dinheiro, mas se houver uma disposição em nosso interior em crescer e frutificar, aliada a um clamor genuíno por avivamento pessoal, seremos levados a retermos o que é bom e nos rejuvenescermos espiritualmente.

Assim como as plantações surgem vigorosas em solos, antes desprezados por sua infertilidade, o fruto do Espírito Santo em suas variadas manifestações certamente passará a ser evidente em nossas vidas. Hoje é tempo de despertamento, de renovação de fé, de florescermos onde fomos plantados. Que nossa vida seja uma referência de transformação e passe a ser um celeiro de bênçãos, tanto para nós, como para todos aqueles que esta revolução alcançar através de nós!

 

Coluna Conex@o

Pr. Anibal Filho

Doutor em Produção Vegetal pela UFG e Pastor auxiliar da Igreja Batista Renascer.

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