O que vem primeiro: o plug ou o conector?

Acho que eu nunca agradeci aos leitores fiéis desta coluna, até porque nem sei quem são e até se de fato existem. Todavia, eu poderia afirmar que, de certa forma, estamos conectados, certo? Se você abre a revista e começa pelo fim ou mesmo se vai correndo os olhos até se deparar com minhas divagações aqui, poderíamos dizer que estamos de alguma forma ligados e esta coluna cumpriu o seu propósito. Se o título deste ensaio conseguiu te atrair para o texto que você está lendo agora, é porque ele exerceu uma certa tensão na sua curiosidade e te trouxe a estes parágrafos. Calma, continue lendo…os agradecimentos virão no final.

Esta coluna se chama “Conexão” e, se este termo vem carregado de intencionalidade, não é por acaso. Como igreja e membros do mesmo corpo, é natural que estivéssemos criando todas as formas possíveis de nos conectar e nos edificar mutuamente. Eu tento fazer isso escrevendo e você, por sua vez, lendo o que eu escrevo. Meu desejo sincero é que o texto seja contributivo de alguma forma para sua vida e, no que se refere ao seu papel com relação a mim, saber que alguém será abençoado já me faz muito bem. Percebeu a troca?

Mas, é possível estar conectado sem que haja conectividade? Um plug ou um conector, mesmo conectado a uma entrada ou tomada, fará algum sentido se não houver energia circulando? Trocando em miúdos, qual a contrapartida da tomada para o equipamento conectado, se ela própria não estiver conectada a uma fonte? De que servirá uma guitarra se o seu cabo não encontrar conectividade em nenhum amplificador? Respondendo a minha pergunta inicial, a tomada, a entrada do cabo e por conseguinte, a conectividade vem primeiro. O conector, o plug e a conexão, depois. Sem deixar você esquecer que, dependendo da situação, somos tomadas ou conectores. Aqui quero me alongar um pouquinho sobre conectividade.

Se conexão é vínculo e ligação, a conectividade é a qualidade do que é conectivo ou conectável. Ser conectável é oferecer a possibilidade da sinergia, da relação de interdependência. Eu acredito que nos conectamos de verdade a alguém quando existe um imã, um ponto de contato, uma convergência. Me pergunto sempre até que ponto tenho sido uma pessoa conectável, acessível, disponível. A despeito das implicações filosóficas que esta divagação propõe e sem querer ser raso, me ponho sempre a questionar até que ponto sou alguém com quem as pessoas da minha família, meus amigos ou irmãos de fé querem se conectar, ter prazer em conversar e gastar tempo. Qual meu nível de conectividade?

Eu não sei quanto a você, mas quando olho pra Jesus e depois olho para mim mesmo, sinto uma distância enorme em quem sou e quem deveria ser. Te proponho essa reflexão. Em virtude do cenário atual com que estamos lidando, talvez nunca tenhamos estado tão conectados (ainda que virtualmente) a tanta gente. Seria por tédio, entretenimento, necessidade ou por que realmente temos encontrado uns nos outros um ancoradouro neste mar revolto?

Muito obrigado por estar comigo até aqui. Se você for constrangido com estas perguntas inconvenientes, volte. É sinal que realmente estamos conectados, procurando sermos tomadas para conectores perdidos e desenergizados. Conectemo-nos sempre à fonte inesgotável de vida, pois assim sempre teremos algo a fluir de nós, os rios de água viva! Tá ligado?

Pr. Anibal Filho

Doutor em Produção Vegetal pela UFG e Pastor auxiliar da Igreja Batista Renascer.

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